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Percepção renovada

A realização desse trabalho de acompanhar a Reunião Internacional e o Encontro Estadual de Parteiras Tradicionais 2008, nos permitiu mergulhar num universo desconhecido da maioria. Sempre que falamos em parteiras, caímos também nas amarras do preconceito ao imaginar senhoras idosas, em lugares remotos, com práticas obscuras e esquecidas pelo tempo, desenvolvendo o seu trabalho “primitivo” pela falta de oportunidades de contribuir de outra forma para a sociedade. Ledo engano.

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Quando a ciência defende o parto humanizado

Desprezados pela maioria dos profissionais de saúde, os metódos tradicionais utilizados pelas parteiras servem de base para pesquisa acadêmica do médico argentino Hugo Sabatino

Estudo da Organização Mundial de Saúde, publicado em 2006, revelou um crescimento de 20% na prática de partos cesarianos na América Latina. Como consequência, os índices de mortalidade pós parto e de neo natal sofreram elevação. Os números também mostram o Brasil como um dos países onde mais se realizam cesarianas. Segundo dados oficiais de 2004, a taxa de cesarianas era de 34,5%, dos 2,5 milhões de partos realizados naquele ano. O Ministério da Saúde, em resposta a essa situção, formulou o Pacto Nacional para Redução da Mortalidade Materna, que reduziu o pagamento de cesárias para hospitais. Mas a técnica de parto cesária não é recente. A história sugere que o imperador romano Caio Júlio César tenha nascido com essa técnica. Por isso, o nome cesária.

Contrariando a tendência atual, o médico argentino José Hugo Sabatino, há 30 anos no Brasil, defende, pratica e difunde o parto humanizado. Formado em medicina pela Universidade Nacional de Córdoba na Argentina em 1968 e pós graduado na Argentina e no Uruguai, Sabatino obteve o título de Especialista em Tocoginecologia em Montevidéu e foi convidado a trabalhar na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas onde atua desde então como professor adjunto.

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Parteira, um exemplo a ser seguido

Muito mais do que apenas aproximar mulheres de todo o Brasil e de outros regiões da América Latina, a Reunião Internacional e Encontro Estadual de Parteiras Tradicionais 2008, realizada de 28 de abril a 3 de maio em Olinda, no Grande Recife, procurou atingir metas bem específicas. Uma delas foi traçar estratégias para organizar grupos e reuniões de parteiras em várias partes do País, a exemplo do que já é feito em Pernambuco pela C.A.I.S do Parto, ONG responsável pelo encontro.

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Mirem-se no exemplo daquelas mulheres: parteiras

Diferente das “Mulheres de Atenas” retratadas na música, as parteiras buscam autonomia, liberdade, reconhecimento e difusão do parto humanizado

Apesar de parecer restrito ao universo feminino, a luta das parteiras começa a servir de exemplo também para os homens. O Cais do Parto trabalha para conscientizar ambos os lados levantando sua bandeira para todos, independente de gênero. Os grupos de casais grávidos foram criados com o objetivo de envolver também os parceiros, o que despertou a atenção do sociólogo Bruno Monteiro, 24 anos, morador de Olinda. Ele e sua companheira Sofia, de 22 anos, entraram no grupo há dois meses e descobriram a luta pela humanização do parto.

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Parteira, profissão sublime

Por Domingos Sávio de Godoy

Parteira é uma das profissões mais nobres que existem na humanidade. Elas são responsáveis pela realização de um dos gestos mais sublimes da natureza: gerar vida. O nascimento do ser-humano. Sua historia é tão antiga quanto à história da própria espécie.

Elas aprendem seu ofício na prática, geralmente com o auxílio de parteiras mais velhas. Destacam-se muito nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. São muito eficientes na zona rural e nas florestas ribeirinhas, onde o acesso aos postos de saúde é precário.

Utilizando-se de suas mãos, de uma bacia com água e de uma tesoura ou material cortante, fazem o parto de acordo com as condições encontradas em qualquer ambiente, ou seja, à luz de vela, de lamparina ou, até mesmo, de candeeiro.

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Vozes da América ecoam em Olinda

Voluntárias, sacerdotisas, mães da pátria. Todas parteiras

“As parteiras são a fonte de preservação do feminino como se fossem sacerdotisas, designadas por Deus, detentoras de uma sabedoria, um dom”, explica a pesquisadora Bia Fioretti, publicitária paulistana, de 43 anos, presente no primeiro dia do evento promovido pelo Cais do Parto. A proposta de reunir parteiras do Brasil e do exterior foi consolidada com a presença de representantes de diversos estados brasileiros e outros países como México, Argentina, Peru, Colômbia e Canadá.

Um momento comovente ocorreu quando a presidente do Cais do Parto, Suely Carvalho, abriu o microfone para a platéia e cada participante teve a oportunidade de contribuir com seus depoimentos. Foi uma volta ao mundo sem sair do lugar. Origens, línguas e culturas diferentes relatando os mesmos dilemas na vida das parteiras. Um dos discursos mais belos e solidários foi o de Bia Fioretti, ao associar uma das primeiras profissões do mundo com a missão de uma sacerdotisa. “As parteiras abrem mão do próprio trabalho para atender outras mulheres”, explica.

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Parteiras discutem regulamentação da profissão no 1º dia de encontro

Por Paulo de Tarso

O primeiro dia da Reunião Internacional e Encontro Estadual de Parteiras Tradicionais 2008, promovido pelo Cais do Parto, que há 17 anos trabalha na busca da valorização profissional das parteiras e a humanização do parto, foi realizado na segunda-feira (28/04) e contou com a presença de parteiras vindas do exterior, mais precisamente do México, Equador e Canadá e, também, de Pernambuco e de outras partes do Brasil. O evento foi realizado em Olinda, até o dia 3 de maio.

Um dos principais objetivos do encontro foi discutir a regulamentação da profissão de parteira. De acordo com a parteira e presidente do Cais do Parto, Suely Carvalho, o evento serve para reunir forças políticas e modificar esse quadro. “Temos a intenção de tirar deste encontro um documento que possa mostrar o nosso desejo, que é de aprovação por parte dos parlamentares do País da nossa profissão”, explicou Suely. Segundo ela, parteiras de outras localidades do Brasil, presentes no encontro, realizarão outros encontros buscando juntar mais força política. “Trata-se de uma dívida social no País”, completa.

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Parto humanizado foi tema de encontro em Olinda

Muitas mulheres enfrentam os mares turbulentos da vida quando decidem engravidar e assumir a responsabilidade de ter um filho, mas aquelas que tomam essa decisão podem encontrar um porto seguro em Olinda. É o C.A.I.S. do Parto – Centro Ativo de Integração do Ser, uma organização não governamental focada no trabalho das parteiras tradicionais.

Com 17 anos de atuação, sempre na luta pela difusão do parto natural e humanizado, a entidade busca promover educação, cidadania, saúde, ética, ecologia e cultura preocupando-se com o desenvolvimento sustentável na busca pela qualidade de vida.

Num passo ousado, o C.A.I.S. do Parto promoveu, entre 28 de abril e 03 de maio, a Reunião Internacional e Encontro Estadual de Parteiras Tradicionais 2008, com um público estimado em mais de 200 integrantes, entre parteiras de todo o Brasil e do exterior, além de representações políticas e da sociedade civil organizada. Segundo a parteira e presidente do CAIS, Suely Carvalho, “o Encontro é um momento de participação política específica. Uma oportunidade de sensibilizar a sociedade sobre a importância e reconhecimento de uma das mais antigas profissões”.

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Como foi a programação do C.A.I.S. do Parto

Confira aqui a programação completa do CAIS do Parto, evento que ocorreu em Olinda até o sábado, 03 de maio

C.A.I.S. DO PARTO – PROGRAMAÇÃO I
28/4 – segunda-feira
Academia Santa GertrudesLargo da Misericórdia, s/n° – Amparo 6h30 – Ritual de abertura – Praia de Rio Doce9h – Deslocamento: pousada para Academia Santa Gertrudres9h30 – Boas Vindas – Rede Nacional de Parteiras Tradicionais –

C.A.I.S. do Parto.

10h – Apresentação das representações dos Estados e Países.

11h – Relato do processo do projeto de lei 2.145/2007. RNPT – REHUNA –

Parlamentares

12h30 – Almoço

14h – Apresentação da situação das parteiras dos paises participantes

16h – Apresentação da Definição da Parteira, elaborado em

Cuernavaca-México 2007. Apresentação de resultado da reunião na

Espanha Dr.Hugo Sabatino – UNICAMP

16h20 – Reflexão sobre a definição da função de Parteira Tradicional

na regulamentação da profissão no Brasil após aprovação de projeto de

lei.
Dr. Hugo Sabatino – UNICAMP. Dr. Marcos Leite REHUNA – Dr.Cláudio

Paciornik PR – Paula Viana CURUMIM – Suely Carvalho C.A.I.S./RNPT

18h as 18h30 – Propostas e encaminhamentos.

19h – Jantar

20h30 as 22h30 – Apresentação cultural “Nosso Samba é Assim” – Pousada d’ Olinda.

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